quinta-feira, maio 15, 2008

De volta aos textos reflexivos e talvez aos poemas, se houver inspiração.

Quem sou eu?
Eis uma pergunta que temos o hábito de nos perguntar, ou pelo menos deveríamos. Ao longo da nossa vida tentamos desvendar quem realmente somos, do que somos capazes de fazer, e por que.
E apesar de, na minha opinião, eu já saber algumas das respostas, eu agora me questiono, o que fazemos com esse conhecimento sobre nós mesmos?

Talvez o certo fosse aprendermos com nossos defeitos e valorizar nossas qualidades, dessa forma procuraríamos filtrar o que não está bom e preservar somente nossas qualidades. Mas isso soa por si só impossível, o ser-humano não é perfeito. Logo, seria impossível possuirmos apenas qualidades.

De certa forma, talvez eu tenha sido um pouco extremista, poderíamos ao ter ciência dos nossos defeitos tentar minimizá-los e ressaltar nossas qualidades, altruísmo, um dia me disseram ser a qualidade mais difícil de adquirir e a mais importante.

Provavelmente, ser altruísta, seja uma das coisas mais difíceis para mim, por sempre que possível eu tomar decisões focado no meu bem-estar, embora eu tenho consciência do que o poder coletivo é capaz de trazer de positivo para cada um dos indivíduos.

Ao nos depararmos em uma situação onde temos escolher entre a nossa sobrevivência individual, ou a sobrevivência da pessoa que mais amamos. Qual a nossa escolha? Respondo com toda a sinceridade, que seria a minha. E não me importa que muitas pessoas digam o contrário, acredito que na hora da verdade trocariam de opinião. Até por que em um filme hollywoodiano quando temos uma situação como essa, e uma das pessoas se sacrifica, a pessoa que está viva ainda diz que ela está viva por que a outra queria que assim fosse.
Bem ou mal, alguém tem que viver, e alguém tem que morrer, e se devemos acreditar que uma pessoa ama tanto a outra que daria a própria vida para a outra, por que recusar não é mesmo?
;)
Nota-se a ironia, e a hipocrisia que o ser-humano demonstra.
“Se alguém quer se sacrificar por mim, por que me ama, por que recusar não é mesmo né?”

Eis aí o motivo pelo qual eu sempre optei pela minha sobrevivência à da outra pessoa, por mais que eu ame. Acredito que na hora da decisão, a pessoa vai querer poupar a própria vida, ou em troca de receber alguma bonificação, doa a própria vida, pois espera uma recompensa na vida após a morte.

Dessa última oração do parágrafo a cima, podemos falar de dois assuntos.
O primeiro no qual toda atitude que a princípio seria vista como bondade tem no fundo uma expectativa de que seremos recompensados por tal atitude benevolente.
O segundo, também se trata de expectativa, mas nesse caso a expectativa que é depositada em outro ser-humano quando um dá atenção e carinho ao outro e espera que isso seja recíproco, e quando não é, acaba por decepcionar-se com a pessoa que não forneceu a atenção e o carinho. Perdendo assim a condição de ter feito algo sem esperar receber algo em troca.

No final, os dois parágrafos falam da mesma coisa. A expectativa que o ser humano deposita em alguém ou alguma coisa e que quando não tem essa expectativa atingida, se decepciona. O mais importante é lembrar, que quem criou a expectativa foi o ser-humano e não a outra pessoa. A "culpa" então pelo descontentamento é somente do ser-humano e não da outra pessoa ou coisa, foi o ser-humano quem criou a expectativa a partir do que a sua mente queria que acontecesse.

Nós nos permitirmos ficar descontentes, pois nós fomos quem criamos algo que deveria ser atingido para alcançar o contentamento.
Na minha opinião então, é importante que fique claro, que tudo que acontece conosco, e o quanto essas coisas nos afetam de maneira positiva ou negativa, é por que quisemos que fosse assim, consciente ou inconscientemente.
Não crie expectativas, mas não perca as esperanças.
=)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sempre acreditei que abdicar a vida ou algo por outra pessoa era a maior demosntração de amor que pudesse existir. Mas, depois de algumas conversas contigo, percebi que esse ato é apenas uma demosntração da necessidade de reciprocidade de quem está abdicando. Este espera algo em troca, seja carinho, atenção ou, apenas, reconhecimento. Fazendo isso, está colocando expectativa no outro.
Um dia já fui assim - e talvez ainda seja um pouco -, mas, hoje, acredito que, quando colocamos expectativas demais em outras pessoas, estamos sujeitos a nos decepcionar. Quanto maior a altura, maior a queda.
Decidi ficar só com a esperança, nem mais, nem menos. ;)

domingo, junho 08, 2008 1:21:00 PM  

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